que, de tolo, até pensei que fosse minha

sábado, 30 de agosto de 2008

complexo de maria do bairro

ai, ai. é. é tanta coisa que eu nunca vou viver.
ou não. sou um pouco fatalista demais, às vezes. é meio cedo pra já estar dizendo que nunca.
vou reformular meu pensamento: é-muita-coisa-que-eu-nunca-vivi-e-estou-ficando-meio-cansada-de-esperar. afinal de contas, eu tenho o direito de me cansar, né?



prima,vc não tava aqui hj, mas a ana e o jackson vieram aqui e trouxeram seus descendentes(rsrs). e eles estão cada vez mais gostosos!!! olha:

<---- V

o dudu está todo tecnológico, gostando de jogos estilo minigame (pelo menos era assim que isso se chamava na nossa época, lembra, dos da turma da mônica? tenho o meu até hoje. ) e sempre nos surpreendendo com seu vocabulário altamente desenvolvido para a sua idade.
e o gustavo está super comunicativo e é muito malandro. dei muita risada com ele.





isso sem contar que eles têm os quatro olhos mais bonitos que eu já vi na vida.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

.

prima,eu não gosto das pessoas da sala de jantar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

...

não espere godot; godot não vem.
mas ainda assim, tem
um mundo suspenso na espera,
cabe a você encontrar nela
o segundo a parar de esperar.

quimera
preciso voltar a escrever.

raquel schaedler

(em resposta a seu status no orkut)

como 2 e 2

"(...)

deixo sangrar
algumas lágrimas bastam pra consolar
tudo vai mal
tudo
tudo mudou não me iludo e contudo
é a mesma porta sem trinco
o mesmo teto
e a mesma lua a furar nosso zinco
meu amor
tudo em volta está deserto tudo certo
tudo certo como dois e dois são cinco"

caetano

prima, caetano nos define. você tinha razão. você tinha razão e eu não te ouvia, acho que porque doía compreender tão pouco algo que no futuro havia de me definir- eu sabia.

sábado, 23 de agosto de 2008

-

Duas semanas foram suficientes para que eu visse que não posso mesmo viver sem você. Suficientes pra perceber que foi você que trouxe luz à minha vida, que trouxe cores,música.Foi você quem me deu trilha sonora.Já comecei a sentir que as coisas perdiam o sentido estando afastada, me senti morrendo aos pouquinhos estando ausente.É me sentir passiva demais assistindo a um filme. É me emocionar com trabalhos bem feitos,não por identificação pessoal,mas por respeito à obra. É tentar estar o mais perto possível mesmo de dentro da minha casa, é perceber que definitivamente existe a minha vida antes e depois de você, e principalmente, perceber que quero que minha vida se dê sem que eu passe um dia sequer longe daquilo que me fez sentir viva, presente, confiante.Juro não viver nunca mais sem a certeza que tenho agora de que existe mesmo algo por que me emocionar. É essa a minha declaração de amor ao cinema.

raquel schaedler abril/07

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

first sight

Você não consegue definir: simplesmente sente que existe algo a mais, algo de diferente, na menos extraordinária das hipóteses, algo de menos comum. De primeira pode até passar despercebido, começa a ter essa impressão depois de um mês,uma semana...mas existe sempre um momento em que se decide,mesmo involuntariamente, mergulhar numa viagem sem volta de curiosidade interessada. E aí é aquela coisinha que ele falou, que define tão bem o que você pensa... Aquela música que só você gostava... aquele jeito de arrumar o cabelo todo errado,e que combina tanto com todo o resto que não poderia ser mais certo. Aquela maniazinha de não usar óculos de sol e franzir a testa quando as coisas não saem do jeito que esperava,seu jeito discretíssimo e minucioso de se expor ao mundo,que o torna tão frágil e tão particular, precisando desesperadamente ser salvo. Uma mistura de plágios de várias coisas e pessoas que você já viu antes mas com notas de uma delicadeza e originalidade, a obra ganha nova vida quando executada com maestria singular. É como aquela música, que vocês ouviram juntos numa brisa de outono, aquela,que você já tinha ouvido sozinha tantas vezes e não tinha nenhum sentido,mas agora quando você escuta parece te acalmar e te deixar nervosa, de um jeito curioso e que você não compreende muito bem. Todas aquelas coisas que você já ouviu de outras pessoas a que nunca deu atenção agora parecem soar mais claras, você escuta cada palavra e lhes dá um sentido até excessivo,até inverossímil, até despropositado. E você não entende como isso tudo aconteceu tão rápido,você gostaria de ter tido mais controle, de ter tido mais escolha. Mesmo imaginando que teria feito exatamente as mesmas coisas, teria tomado as mesmas rotas, não gostaria que alguém tivesse decidido isso por você. Não gostaria que isso fugisse à regra básica que estabeleceu pra todas as áreas da sua vida, a regra a que obedece compulsivamente todos os dias desde o momento em que abre os olhos, atordoada e confusa pelos sonhos que contradizem tudo aquilo que você faz durante o dia. Você gostaria simplesmente que isso também se enquadrasse nessa mini-prisão particular e não fugisse ao seu controle. E tudo isso poderia ter sido tão perfeito, se tivesse acontecido apenas um ano antes, ou um ano depois, se você não estivesse tão comprometida com aquele amigo que não está bem, ou se não estivesse tão centrada na sua carreira, ou se conhecesse ele um pouquinho melhor.Ou se ele tivesse esperado só uma semana mais pra chamá-la pra sair. Um dia mais. Se ele tivesse esperado você ter coragem, esperado você se expor. Se ele tivesse esperado você se entender melhor, você se gostar mais. Se ele não tivesse demorado tanto pra olhar pra você, sentiria-se mais confiante. Mas agora... agora são só fragmentos de algo que você sentiu algum dia,mas não sabe mais muito bem. Nem se conheceram muito bem. Ele foi estudar naquela cidade distante, e você ficou pensando se deveria pensar nele , mas achou que seria bobagem, você nem sabe direito o seu sobrenome. Você nem aprendeu como abraçá-lo, como abraça a todos os seus amigos, ou como lhe dizer que a camiseta que está usando está do avesso. Sua vida inteira está do avesso. Todos os seus amigos já não a reconhecem, você não sabe mais onde está morando dentro de todo esse monte de manias e gírias que não lhe pertencem. Talvez se ele tivesse conseguido resgatar melhor o que há de melhor em você.

raquel schaedler - jul/2007

assumidamente inspirado no texto de martha medeiros

SALVAÇÃO

Nei Duclós

Estar a salvo
não é se salvar
Como um navegador
que vai até onde dá
você tem que ser livre
para o que pintar
Nenhuma pessoa é lugar de repouso
juntos chegaremos lá

(interpretem como quiserem)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

sen-sa-cio-nal

eu suplico...ouçam caetano caetaneando "smoke gets in your eyes".

com olhos não-preconceituosos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

grande hotel

Vens ao meu quarto de hotel
Sem te anunciares sequer
Com certeza esqueceste que és
Que és uma senhora
Vejo-te andar de tailleur
Atravessando a novela
Sentes prazer em falar
De sentimentos de outrora
Deito-me no canapé
Não sem antes abrir a janela
E ver tuas palavras ao léu
Jogas conversa fora
Sabes que estive a teus pés
Sei que serás sempre aquela
Pretendes me complicar
Mas passou a nossa hora
Não me incomodo que fumes
Podes mesmo te servir à vontade do meu frigobar
Ou levar um souvenir
Dispõe do meu telefone
Desejando, liga o interurbano pra qualquer lugar
E apaga a luz ao sair
Quando eu pensava em dormir
Tu chegas vestida de negro
Vens decidida a bulir
Com quem está posto em sossego

Entras com ares de atriz
Sabes que sou da platéia
Deves pensar que ando louco
Louco pra mudar de idéia, não?
Pensas que não sou feliz
Entras com roupa de estréia
Deves saber que ando louco

Louco pra mudar de idéia

chico buarque de holanda do brasil.

sábado, 2 de agosto de 2008

why so serious?


Já faz mais ou menos duas semanas que fui ao cinema assistir Batman- O Cavaleiro das Trevas, com um amigo amado que também passou mal,assim como eu. Mas só agora acho que consigo começar a escrever e pensar sobre o filme. Talvez eu ainda precise vê-lo de novo. Fiquei um pouco anestesiada da primeira vez, não absorvi o filme por inteiro. Saí do filme tão extasiada, precisava tanto de um chiclete de nicotina que nem esperei terminar pra "fumar o cigarro".As vantagens irônicas de se trocar o tabaco por uma goma insípida.
Ainda dói lembrar, na verdade. Doeu assistir, doeu gostar, e vai doer mais ainda nunca mais ver nenhuma interpretação brilhante de Heath Ledger. Talvez doa ainda mais (re)ver suas interpretações brilhantes, não sei. Mas não estou aqui para discorrer sobre isso, esse post é uma homenagem, não um discurso póstumo de velório. Uma homenagem simples, da forma como posso oferecer.
O Coringa é, indiscutivelmente, a melhor personagem do filme, roubando a cena de forma explícita, chocando a todos com detalhes sutis, como a mania de lamber as feridas da boca e o olhar alucinado, complementando a já interessante proposta narrativa que a personagem assume dentro do enredo. O Coringa é um contestador, é mais do que tudo, um questionador, um gerador de dúvidas. Ele resgata o pior lado do ser humano e o traz à tona, à mostra...à toa?

A verdade é que o Coringa de Heath Ledger acaba por resgatar o que há de melhor em todos nós. Por coincidência, ou ironia do destino, é impossível, dadas as circunstâncias, não se sentir nem um pouco orgulhoso, nem um pouquinho feliz, por saber que um ser humano como você foi capaz de um trabalho tão minucioso, tão bem-elaborado, tão bem sucedido. E que toca. E ,sendo assim, é impossível da mesma forma não se sentir um pouco saudoso, um pouco nostálgico, pensando que uma carreira tão brilhante quase que termina no próprio ponto em que se inicia. E essa comiseração é uma coisa boa, não é? Pelo menos nós gostamos de pensar que sim.

Não quero falar do filme. Não ainda. Não estou bem preparada. Mas uma conclusão já pude tirar, e acho que sei a resposta à pergunta do Coringa. "Why so serious?"

Porque deste, por mais que ele nos quisesse a todos sorrindo, é impossível sair imune.